Mesa 5: Internacionalización universitaria, cooperación académica e integración regional: políticas, redes y experiencias

Do Pró-Haiti ao PSRH: Reflexos de uma Internacionalização Solidária na UNILA

  • Yatim, Leila (UNIOESTE-UNILA).
  • Martins, Fernando José (UNIOESTE).
Resumen

A Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) é criada em 2010, em um cenário nacional marcado pela expansão, interiorização e democratização do acesso ao ensino superior no Brasil, ao passo que no cenário internacional, a política externa brasileira estava marcada por uma postura ativa, em busca de uma agenda própria, pautada nos interesses nacionais. Localizada em Foz do Iguaçu, na região de tríplice fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai, a UNILA tem como missão institucional “(…) formar recursos humanos aptos a contribuir com a integração latino-americana, com o desenvolvimento regional e com o intercâmbio cultural, científico e educacional da América Latina, especialmente no Mercado Comum do Sul - MERCOSUL” (Brasil, 2010b).
A proposta da universidade nasce também a partir de um contexto regional em que discutia-se no âmbito do Mercosul, a ideia da criação de uma universidade do bloco, mas que não avançou. Assim, o Brasil cria uma universidade nacional, mas voltada para a promoção da integração regional, por meio da cooperação científica, cultural e educacional. Sua proposta, portanto, em essência é internacional.
Nesse sentido, a internacionalização é também parte de sua missão institucional, e para tal, a universidade tem como uma de suas estratégias a reserva de 50% (cinquenta por cento) de suas vagas em todos os cursos de graduação. Atualmente, a UNILA possui três processos seletivos internacionais e neste trabalho abordaremos o Processo Seletivo de Refugiados e Portadores de Visto Humanitário (PSRH), que representa a ampliação de um programa anterior, o Pró-Haiti. O PSRH destina vagas para nacionais de qualquer país, que possuam a condição de refugiado ou sejam portador de visto humanitário, reconhecidos no Brasil. Nosso argumento é que, esse processo seletivo representa uma estratégia de internacionalização solidária, em contraposição aos modelos de internacionalização universitária que estão pautados por uma lógica mercadológica, baseada em rankings, publicações e outros critérios que buscam construir um discurso de excelência.